Parque Augusta

O artista pode ser um historiador, pode contar a história do seu tempo, os costumes de sua época, retratando em sua obra o que se passa ao seu redor.

Um quadro para contar uma história.
O que teremos daqui a 50 anos? Somente um quandro ou teremos também um parque?

Em 2013, quando conheci a história da luta para a existência do Parque Augusta. descubri que ele era formado por árvores da mata atlântica nativa. SIM, mata atlântica nativa… Aquela da época do descobrimento….um monte delas no meio de um bloco na rua Augusta, no meio da “cinza Sampa”.

Sem dúvidas achei que deveria contar essa história, que existia já fazia algum tempo. Por década pelo menos, algumas já pessoas lutavam para preservar essa área, alguns acreditam que ali deveria existir um parque público, de todos para todos.

No final de 2013, pintei o quadro Parque Augusta, no canto da tela um pedido sanciona Haddad, era a luta daquele momento…o prefeito sancionou, mas….Bem…

O Parque Augusta,… o parque público, para a população ainda segue sem existir, embora ele já exista fisicamente, até no Google maps você pode achar, mas se você seguir as rotas indicadas só vai ~~ver as árvores~~, se olhar por cima dos muros.

O que vai acontecer com aquelas árvores? Me pergunto; o que o futuro reserva para essa história?

Enquanto isso em 2016…

O quadro virou lambe-lambe e já esteve colado no muro do próprio Parque Augusta, virou espaço de selfies e de luta. Certa vez uma empresa cobriu a arte com propagandas, um moço que eu não conhecia, o Daniel, passou duas horas descolando as propagandas e restaurando a arte.

Achei tão belo esse movimento de um desconhecido, procurei o moço no Facebook, mandei uma mensagem para agradecer, não fiquei amiga dele, talvez deveria ter ficado, mas é que eu não sei qual é o limite entre fazer a amizades digitais e invadir o espaço do outro, por isso agradeci e desapareci, se não existisse internet nem saberia desse feito tão incrível do Daniel.